Já não é novidade: Veneza corre o risco de desaparecer sob as águas da lagoa que a abrigou durante séculos. Um dos locais onde a ameaça é visível é a Piazza San Marco, que fica inteiramente submersa durante as marés mais elevadas de Outono e Inverno. Além de dificultar a vida dos habitantes e dos turistas, a água está a causar danos consideráveis ao patrimônio arquitectónico da cidade, exigindo acções imediatas do governo italiano.
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Veneza está-se a afundar? Ou é o nível da água que está a subir?
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A resposta é complexa porque os dois fenómenos estão a ocorrer simultaneamente. O nível médio da terra baixou cerca 23 cm em relação ao nível do mar. Isto em consequência da exploração da água subterrânea e da redução na pressão no subsolo.
As soluções para o problema começam a ser implantadas. Os pesquisadores apontam dois tipos de trabalhos corretivos: proteger a terra e impedir o movimento violento das águas, evitando que as ondas de choque das tempestades marítimas cheguem à costa. Trabalha-se, também no sentido de restaurar as defesas naturais do ecosistema.
Hoje é consenso que os barcos motorizados contribuem parcialmente para os danos nos canais de Veneza. A agitação das hélices e das ondas lentamente estão a degradar as fundações dos edifícios, advertem os cientistas.
Há três tipos de ataques: a água que “rebenta” sobre a parede, a que se infiltra no subsolo e aquela que transborda dos drenos.
A terra está a ser protegida também das forças erosivas do mar por barreiras que se estendem para fora ao mar. No futuro, pretende-se construir uma grande barreira que proteja a lagoa inteira do mar. O Consorzio Venezia Nuova (autoridade de água de Veneza) é responsável para executar essas medidas de protecção. A sua tarefa principal neste momento é a construção de barreiras móveis nas entradas da lagoa, que entrarão em acção quando as marés excedem 1 metro.
Em condições normais de maré, as barreiras móveis estarão cheias de água e abrigadas nos seus casulos de betão pré-fabricado. Mas, quando as marés excederem 1 metro, um sistema de ar comprimido as esvaziará e as elevará até o nível de actuação. Nesta posição, elas isolam temporariamente a lagoa do mar, obstruindo o fluxo da maré.
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